Estrutura Genética Espacial do Cervo-do-Pantanal (Blastocerus Dichotomus)

Tema: 
Biodiversidade
Autor(a): 
Eddy José Francisco de Oliveira
Orientador(a): 
Eucleia Primo Betioli Contel
Palavras-Chave: 
não há
Ano: 
2005
Curso: 
doutorado
Unidade: 
FMRP -- FAC DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO

O cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus) é um dos mamíferos mais ameaçados da América do Sul. Para contribuir no manejo e conservação da espécie, o desenvolvimento de marcadores microssatélites foi uma etapa vital para definir os níveis da variabilidade e diferenciação genética das populações.  No primeiro capítulo, sete locos polimórficos de microssatélites foram isolados por meio de uma biblioteca genômica enriquecida e estudados em 50 animais, mostrando uma variação no número de alelos de 3 a 12. A heterozigosidade observada variou de 0.69 a 0.89. No segundo capítulo, nós examinamos a estrutura genética espacial em 194 cervos-do-pantanal (seis populações) que ocupam a bacia do Rio de Paraná e a ação do fluxo gênico e da filopatria. Cinco locos de microssatélites foram utilizados nas análises das populações. A diversidade genética foi significativamente elevada. A disposição geográfica das populações mostram baixa diferenciação genética, porém significativa (FST entre -0.003 e 0.08; RST entre -0.015 e 0.079). A associação entre posicionamento geográfico e diferenciação genética foi positiva entre as populações de cervo-do-pantanal (isolamento por distância). A estrutura genética espacial sugeriu que o processo de dispersão é baseado em machos e também a ocorrência de filopatria matrilinear. Os padrões genético e demográfico encontrados, e as implicações para a conservação das espécies e do ecossistema na região do Pontal do Paranapanema, são discutidos levando-se em consideração os diversos fatores que podem estar atuando sobre suas populações.