Instituições e renda per capita
Este trabalho é uma exploração da influência do marco institucional no desempenho de longo prazo de economias, ou na renda per capita de longo prazo destas. Não se trata de um trabalho de economia institucional, apenas de uma descrição de canais pelos quais o arcabouço institucional afeta a renda per capita. O arcabouço teórico adotado é uma extensão da teoria de preços, com a inclusão de custos de transação e de direitos de propriedade, sendo que estes últimos refletem a estrutura institucional da economia. Esta estrutura é difinida como as regras do jogo social, sejam estas regras formais ou informais. O método resultante desta extensão da teoria de preços é o individualismo institucional, que enfatiza a retroalimentação entre indivíduos e instituições. Em particular, as decisões dos indivíduos com poder de barganha determinam em boa parte a trajetória institucional futura, de modo que o processo político pode ser visto como a grande causa de sucessos e fracassos econômicos. A formalização é feita com o uso do modelo neoclássico de dois setores de acumulação de capital, sendo que um setor é produtivo e o outro é de transferência. A deficiência institucional na garantia de direitos de propriedade no setor produtivo determina o desempenho de longo prazo da economia. Esta eficiência pode ser considerada exógena no período de análise uma vez que os prazos de alteração institucional são suficientemente maiores que os prazos envolvidos nos modelos de acumulação de capital. O modelo apresentado pode ser simulado e implica 5% a mais de riqueza para a economia que apresentar melhora de 1% na eficiência institucional. A evidência em seção transversal para dados observados de economias indica correlação alta e robusta entre índices de eficiência institucional e rendas per capita.