Turismo em áreas protegidas no Bairro da Serra - Iporanga - SP
O discurso preservacionista, que tomou mais força nos anos 60, trouxe como uma de suas formas mais freqüentemente praticadas, a criação de Áreas Protegidas, chamadas oficialmente no Brasil de Unidades de Conservação, entendidas como áreas que deveriam ser reservadas, não sujeitas à interferência humana. A criação destas áreas, no Brasil, no entanto, na maioria das vezes ocorreu nas esferas oficiais, sem se conhecer a fundo as regiões, ignorando, por exemplo a existência de moradores nelas. Resulta deste mau planejamento, a existência de uma série de comunidades em uma situação muito parecida (cada uma com suas peculiaridades), em que se vêem impedidas de realizarem atividades que sempre realizaram, vêem seu modo de vida se tornar fora da lei, de plantarem para sua sobrevivência, por exemplo. Um destes casos particulares é o Bairro da Serra em Iporanga, no estado de São Paulo. O Bairro teve um Parque Estadual (o PETAR - Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira) implantado em seu quintal e sua área inserida no tombamento da Mata Atlântica. Seu modo de vida foi sendo cada vez mais restrito, até que restaram muito poucas alternativas de sobrevivência. Com o tempo, no entanto, o Parque trouxe um outro tipo de efeito, muito diferente das restrições: o turismo. A atividade turística aparece, neste momento como a salvação da lavoura, como a única alternativa de desenvolvimento que resta a essa população a quem tanto já se restringiu. A questão central deste
Trabalho é, portanto, contribuir para a discussão dos efeitos causados pela implantação de uma Unidade de Conservação e do turismo dirigido a esta Área a uma comunidade próxima a ela