Projeções climáticas das ciclogêneses no Atlântico Sul utilizando os modelos HadAM3 e RegCM3 /.
Este estudo analisou possíveis impactos dos cenários de mudanças climáticas na climatologia de ciclones extratropicais no Atlântico Sul. O Regional Climate Model-versão 3 (RegCM3) foi aninhado ao Modelo Global do Hadley Centre (HadAM3) no clima presente (1975-1989) e no futuro (2071-2085-cenários A2 e B2). Primeiramente avaliou-se a climatologia simulada pelo RegCM3 de precipitação e de temperatura no clima presente. Para ambas variáveis, o RegCM3 simulou padrão espacial e sazonal semelhante ao das análises, mas com diferenças na intensidade. Para os cenários futuros, o RegCM3 simulou anomalias positivas de temperatura do ar, maiores sobre o norte e nordeste do Brasil para o A2, coincidindo com as maiores reduções de precipitação. Um esquema automático de rastreamento de ciclones, que utiliza a vorticidade relativa do vento a 10 metros de altura, foi utilizado para obter as climatologias de ciclones simuladas pelos modelos RegCM3 e HadAM3 e também na reanálise do NCEP (National Center for Environmental Prediction). Os ciclones simulados pelo RegCM3 e HadAM3 foram mais fracos que os do NCEP no clima presente (1975-1989). No entanto, a distribuição espacial da densidade ciclogenética simulada pelo RegCM3 foi mais próxima do NCEP. A climatologia projetada pelo RegCM3 para os cenários futuros (A2 e B2) indicou redução no total de ciclones, tempo de vida médio, intensidade inicial média e velocidade de deslocamento médio. As maiores alterações ocorreram no cenário A2. As três regiões ciclogenéticas na costa leste da America do Sul (costa sul/sudeste do Brasil, sudeste do Uruguai e sul da Argentina se mantiveram ativas nas simulações do clima futuro, com pequenas diferenças na intensidade e posição do núcleo de máxima densidade. Além disso, a região de ciclogêneses inicialmente intensas deslocou-se em direção ao Pólo Sul.