A certificação do manejo florestal comunitário na Amazônia: quem adere e por quê?

Ao redor do mundo, governos e organizações não-governamentais apresentam o manejo florestal comunitário como uma estratégia para enfrentar os problemas que ameaçam as comunidades que vivem dentro de florestas. Estes problemas são, em geral: 1) a necessidaade de proteger o território comunitário e a floresta contra o desmatamento ilegal; 2) a necessidade de evitar o avanço da pecuária dentro das reservas extrativistas e 3) a necessidade de gerar fontes alternativas de renda para os membros das comunidades. A certificação do manejo florestal comunitário é um segundo passo nesta estratégia. O sistema de certificação do Forest Stewardship Council (FSC), Conselho para o Manejo Florestal, é o mais reconhecido mundialmente. No Brasil, o FSC começou a operar em 1997, apoiado por organizações não-governamentais ambientalistas. Para as comunidades, a certificação significa ainda uma promessa de abertura de novos mercados onde os consumidores estão interessados em produtos da floresta, social e ambientalmente. Este trabalho de pesquisa analisa a emergência deste sistema de certificação entre as comunidades na Amazônia Brasileira e por que os membros de dois projetos comunitários, localizados no Estado do Acre, decideram aderir a esse sistema.