Políticas ambientais e desenvolvimento local sustentável: o caso de natividade da Serra
O avanço da legislação ambiental e o advento de novos instrumentos de regulamentação do uso e ocupação do solo, da água e da biodiversidade têm criado vários empecilhos para a continuidade de práticas agrícolas tradicionais. De certa forma, isso colabora dificultando a permanência dos agricultores familiares na terra. Em Natividade da Serra, no Vale do Paraíba paulista, as técnicas empregadas pela agricultura familiar, a topografia e o seu relativo isolamento produziram menor impacto sobre o meio ambiente local. O município ficou à margem de dois fenômenos ocorridos nos anos 70 e 80: o processo de modernização da agricultura (e de conseqüências como a destruição ambiental e a concentração da terra) e da especulação imobiliária decorrente da urbanização. Esse menor impacto é o que, atualmente, tem valorizado a região para fins de preservação ambiental e de consumo pela indústria relacionada ao meio ambiente e de origem urbana (loteamentos, hotéis, pousadas, ecoturismo, engarrafamento de água, etc). A proibição das práticas tradicionais da agricultura local, a descapitalização dos agricultores familiares, as conseqüências dos impactos (não mitigados) da construção do Reservatório de Paraibuna e o crescimento da especulação imobiliária tendem a substituir a agricultura familiar pela patronal ou por investidores oriundos de grandes centros urbanos .