Possui Bacharelado em Letras (1999/2003) com habilitação em Português/Latim pela Universidade de São Paulo e Mestrado em Letras Clássicas (2004/2007) pela mesma Instituição. Foi professor pro tempore de Língua e Literatura Latina do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Atualmente, é doutorando do Programa de Pós-graduação em Letras Clássicas da FFLCH-USP e professor de Estudos Clássicos do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Atua principalmente nos seguintes temas: Epigrama Latino, Invectiva, Sátira, Lírica Latina, Elegia, Retórica e Poética.
O autor pesquisa mulheres. Mulheres poeticamente construídas por Marcial, poeta epigramático latino da época de Domiciano. Ao afiar o olhar, Marcial embaça as lentes e turva as mulheres, produzindo, eivados de vício, retratos cujas distorções são retórica e poeticamente pautadas, de um lado, pela tradição iâmbica de Catulo, de outro, pelo repertório retórico do discurso epidítico sob o crivo do vitupério. Os retratos produzidos pelo poeta epigramático evidenciam a repercussão da atividade retórica dos exercícios escolares que, ao mesmo tempo em que instruíam poetas e oradores, educavam leitores e ouvintes, tornando-os aptos dos mecanismos prévios da elaboração textual. A arte iâmbica catuliana, por sua vez, matiza os vitupérios, comprovando existência de caminho inverso ao da retórica, afinal a poesia é fim e a retórica é meio. A poesia do veronense já ensinara o poeta de Hispânia. Agnolon, espertamente, desembaça as lentes de Marcial, desconstrói suas terríveis e deliciosas mulheres plenas de vício. Desmitifica o vitupério iâmbico, insinua o belo às avessas, produzindo irrepreensível prazer.
Título: Io Saturnalia!: o riso festivo nos epigramas de Marcial
Orientador: João Angelo Oliva Neto.
Observações: Em andamento. Início: 2009.
Título: Uns Epigramas, Certas Mulheres: A Misoginia nos Epigrammata de Marcial (40 d.C. - 104 d.C.)
Orientador: João Angelo Oliva Neto.
Resumo: A dissertação visa primeiro a arrolar, traduzir e analisar epigramas de Marcial XE "Marcial" em que a mulher é objeto de invectiva; segundo, visa a rastrear na tradição anterior ao poeta a misoginia, desde Hesíodo XE "Hesíodo", no célebre episódio de Pandora (Teogonia XE "Hesíodo: Teogonia" , vv. 570-612), depois os poetas iâmbicos gregos arcaicos – Arquíloco XE "Arquíloco de Paros", Hipônax XE "Hipônax de Éfeso" e Semônides XE "Semônides de Amorgos" – até o uso que poetas latinos, como Catulo XE "Catulo", Horácio XE "Horácio" e Juvenal XE "Juvenal", fizeram da matéria, entendida agora como lugar comum. Em terceiro lugar, pretende investigar como o epigrama, ou melhor, sua possibilidade invectiva, se apropriou da misoginia, adequando-a às características principais do gênero, a saber, brevidade e agudeza. Finalmente, a dissertação tenta demonstrar que vitupério de mulheres em Marcial é percebido e regulado mediante práticas retóricas, como os progymnásmata, e alguns tropos, como a écfrase, que à época do poeta integravam a formação oratória do cidadão. Nesse sentido, pretendemos estudar particularmente como a invectiva se relaciona nos epigramas de Marcial com a construção de imagens viciosas de mulher e com o gênero epidítico de discurso oratório.Palavras-chave: Marcial XE "Marcial" ; epigrama; misoginia; invectiva; Retórica XE "Aristóteles:Retórica" ; tradução.
Observação: Ano de defesa: 2007.