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Área de lazer do Palacete Jorge Street, onde se localizava a figueira. Foto: Acervo Família Street. |
Na segunda metade do século XIX, São Paulo passou por uma Revolução Urbanística: de uma cidade acanhada, de moldes coloniais, passa a capital da nova elite econômica. Novos emprendimentos imobiliários aconteceram. Um espaço importante era o Campo Redondo, um aglomerado de chácaras entre a Ponte Grande, e os bairros atuais dos Campos Elíseos, Luz e Santa Cecília. Em 1860, os donos da empreiteira inglesa Robert Sharpe & Sons, encarregada de construir a Estrada de Ferro San Paulo Railway, ocuparam uma das chácaras do Campo Redondo - que pertencera ao Visconde de Mauá – e passa a se chamar Chácara Sharpe. Em 1879, os alemães Victor Nothmann e Frederico Glette compraram a Chácara Sharpe (Mauá) e entregaram a execução do projeto de loteamento dessa chácara ao engenheiro Puttkamer, dando origem ao bairro dos Campos Elíseos, o primeiro bairro aristocrático de São Paulo. Com um dos terrenos dos Campos Elíseos - na Alameda Glette, esquina com a rua dos Guianazes veio – remanescente de uma arborização, provavelmente enquanto chácara Sharpe ou Mauá – uma árvore de porte, que seria a nossa famosa FIGUEIRA DA GLETTE. E aí começa a sua história. Provavelmente no final do século XIX, Firmiano Moraes Pinto, que mais tarde seria Prefeito de São Paulo, comprou o terreno nos Campos Elíseos – Glette, esquina Guaianazes – para construir sua casa, um luxuoso palacete. No terreno havia uma árvore, uma figueira, não nativa, que muito mais tarde soube-se vinda da Austrália. Chegou por sementes? Mudas? Não se sabe. Com toda certeza foi plantada. Comprado em 1916 por Jorge Street, o palacete de Firmiano de Moraes Pinto foi durante décadas residência desse industrial e sua família. Reformado por volta de 1926, o luxuoso palacete tornou-se testemunho da riqueza do industrial bem sucedido. Nessa época a Figueira estava viçosa e fazia parte de um espaço de lazer da família. Nesta bela e agradável área de lazer do antigo palacete, percebe-se que a velha Figueira fazia parte da sua concepção arquitetônica original. Por ocasião da grande crise de 1929, hipotecado, o imóvel passou para o patrimônio da Companhia de Seguros Sul América. Por Neuza Guerreiro de Carvalho - março de 2011 |